Ataques aéreos e bombardeios russos resultaram na morte de seis pessoas na Ucrânia e causaram “danos significativos” à infraestrutura do porto de Odesa, localizado no Mar Negro, e a instalações de armazenamento de grãos. As autoridades ucranianas anunciaram esses incidentes na segunda-feira (25/09).
Esses ataques aéreos fazem parte de uma campanha russa para dificultar as exportações de produtos ucranianos, especialmente grãos. A Ucrânia é uma grande produtora de grãos e as exportações pelo Mar Negro haviam sido permitidas por um acordo em julho. Esse acordo ajudou a combater a crise global de alimentos, mas foi desfeito por Moscou em meados de julho.
Oleh Kiper, governador da região de Odesa, revelou que as instalações atingidas continham quase mil toneladas de grãos, e dois corpos foram encontrados sob os escombros de um armazém onde os alimentos eram armazenados.
O Ministério da Energia informou que os danos às redes elétricas afetaram mais de mil consumidores na região, relembrando os ataques aéreos do último inverno que deixaram milhões de ucranianos sem aquecimento e luz.
Além disso, dois civis morreram em ataques aéreos separados na cidade de Beryslav, na região sul de Kherson, e outros dois ficaram feridos em um bombardeio russo na cidade de Kherson. O Ministério da Defesa da Ucrânia classificou esse último ataque aéreo como uma “tentativa patética” de retaliação após um ataque ao quartel-general da marinha russa do Mar Negro na sexta-feira (22/09).
A Ucrânia tem intensificado seus ataques em resposta à invasão russa e, recentemente, recebeu tanques Abrams dos Estados Unidos para fortalecer suas forças. O presidente Zelenskiy anunciou que esses tanques estão sendo preparados para entrar em ação.
Os confrontos entre a Ucrânia e a Rússia têm preocupado os mercados globais de grãos, pois a Ucrânia é uma importante exportadora desses produtos. O país tem buscado alternativas, como transportar grãos por terra e por estradas, além de estabelecer um “corredor humanitário” ao longo da costa do Mar Negro para alcançar mercados africanos e asiáticos.